Marcelo Delvaux começou a escalar no início dos anos 2000 — Foto: Reprodução

Devido à profundidade da fenda, os socorristas acreditam que Marcelo Delvaux provavelmente não sobreviveu à queda. Isso explicaria por que o montanhista não ativou o resgate através de seu GPS, que continuou funcionando com bateria por cinco dias.

Mesmo que Marcelo tenha resistido à queda, as baixas temperaturas nas noites a uma altitude de 6.300 metros poderiam ter sido fatais para o guia de montanha brasileiro, possivelmente já na primeira ou, no máximo, na segunda noite.

As buscas por ele começaram no dia 4 de julho e foram realizadas pela Polícia de Arequipa, cidade onde fica o monte, e por uma equipe de guias profissionais contratada por familiares do profissional.

Conforme informações transmitidas pelo GPS, os trabalhadores conseguiram acompanhar todo o percurso do montanhista. No dia 30, Marcelo chegou ao topo do Coropuna Oeste por volta das 15 horas. Pouco depois, iniciou a descida. No entanto, próximo a 6.300 metros o sinal parou em um ponto e não se moveu mais.

Montanhista experiente

Marcelo Motta era montanhista há cerca de 25 anos e guia profissional. Considerado um dos mais experientes, escalou mais de 150 montanhas nos Andes e Himalia. Natural de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, passava boa parte dos meses do ano escalando e guiando montanhas nos Andes.

Essa não é a primeira vez que o montanhista brasileiro escala o Coropuna. Em 2015, Marcelo realizou a primeira tentativa de escalada. Dois anos depois, ele retornou e conseguiu chegar a três dos sete cumes, o Nevado Pallacocha (Coropuna Oeste) com 6.390 metros, o Coropuna Casulla (Coropuna Norte) com 6.405 metros e o Coropuna Leste com 6.305 metros.

O montanhista possui formação como Guía Superior de Montaña pela EPGAMT, na Argentina, sendo um dos primeiros guias brasileiros a obter o título.


Fonte: O GLOBO