Porto Velho, Rondônia - Durante um seminário sobre políticas públicas para pessoas em situação de rua, migrantes e refugiados, realizado nesta segunda-feira, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais divulgou os dados investigados pelo 4° Censo da População Adulta em Situação de Rua em Belo Horizonte. De acordo com a pesquisa, o número de pessoas quase triplicou nos últimos dez anos, com 5.344 indivíduos sem casa.
Além disso, segundo a UFMG, o público é composto majoritariamente homens, com média de 42,5 anos. Outro dado que também registrou aumento foi o tempo médio de vida nas ruas, que saiu de 7,4 anos em 2013 para 11 anos em 2022.
O levantamento foi realizado entre 19 e 21 de outubro de 2022, e contou com 300 pesquisadores para investigação das causas e das perspectivas de vida dessas pessoas nas ruas. O evento contou com a presença do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e da secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Rita de Oliveira.
“O plano também traz a necessidade da participação social como eixo central para desenhar as políticas para que elas atendam às necessidades dessa população. Belo Horizonte já começa muito bem, identificando o problema a partir da realização do censo”, disse Rita Oliveira.
Pessoas em situação de rua ganharão acesso mais fácil à Justiça Federal do Rio e do Espírito Santo — Foto: Paulo Nicolella / foto de arquivo
A pesquisa foi uma parceria entre a Prefeitura de BH, a Faculdade de Medicina da UFMG, e diversas outras organizações, com a coordenação do Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidade e Saúde (Naves) da UFMG.
No evento, a Prefeitura de Belo Horizonte formalizou a adesão ao Plano Nacional Ruas Visíveis, que visa fortalecer as ações para pessoas em situação de rua, com ênfase na participação social.
A diretora da Faculdade de Medician, Alamanda Kfoury, falou sobre o dever das universidades públicas, gratuitas e de qualidade na produção de ciência de ponta, engajada com as necessidades da população.
“Temos esta missão, especialmente com os mais vulneráveis. Para isso, temos um diálogo permanente com o poder público para apoiar a formulação de políticas com evidências científicas”, afirmou Kfoury.
Fonte: O GLOBO
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