O Alzheimer afeta várias pessoas no mundo todo. Mas além do diagnóstico nos estágios iniciais, é necessário o tratamento específico
Porto Velho, RO - As doenças que afetam o cérebro são vistas como algumas das mais preocupantes que as pessoas podem ter. Dentre esses problemas, está o mal de Alzheimer, uma enfermidade incurável, que vai ficando mais grave com o tempo.
Quem é acometido por este mal sofre com demência ou perda de algumas funções cognitivas, como memória, orientação, atenção e linguagem. Isso porque as células do cérebro começam a morrer.
Justamente pelo o que a doença faz, é normal ouvir de famílias que no momento do diagnóstico ficam perdidas. Até porque, existe um estigma de que as pessoas com Alzheimer são sentenciadas a ficarem isoladas até que a morte chegue. Contudo, a realidade não precisa e não deveria ser essa.
“Dar o diagnóstico é uma tarefa médica, e o modo marca todo o tipo de impacto que tanto o paciente como a família vão ter dali por diante”, disse Jerson Laks, doutor em psiquiatria e saúde mental.
Por isso que os medos, as angústias e as dúvidas dos familiares podem ser minimizados com a forma pela qual o diagnóstico é dado. “Um modo acolhedor, mas verdadeiro, é mostrar tudo o que vem acontecendo com a pessoa, que isso tem um nome e serve para fazer estratégias de tratamento”, pontuou Laks.
Assim, ao invés de ser destrutivo, o diagnóstico do Alzheimer pode abrir uma possibilidade de pensar no futuro. Além disso, quanto antes a condição for identificada, maior será o tempo de autonomia que a pessoa irá ter para fazer suas vontades com relação ao tratamento, vivências, bens materiais, entre outras coisas.
Uma coisa extremamente importante, independentemente da gravidade da doença, é que é possível sim seguir vivendo e não somente existindo. Isso desde que haja informação e acesso aos tratamentos.
Precoce quanto?
De acordo com Louis Fernando, neurologista do Hospital São Domingos (MA), o Alzheimer começa aproximadamente 10 anos antes de os sintomas aparecerem. Além disso, quem tem histórico familiar da doença tem um risco maior de desenvolver o quadro. Contudo, o risco não é uma garantia.
Tanto é que, mesmo que a pessoa tenha os genes isso não é uma certeza de que o Alzheimer irá aparecer. E além da avaliação genética, o diagnóstico pode ser obtido com exames de sangue. No entanto, os especialistas pontuam que eles servem como uma ferramenta para ajudar as pessoas com suspeita e que já estão investigando esse quadro.
O ponto principal quando o assunto é diagnóstico precoce é descobrir a doença em seus estágios iniciais.
Diagnosticar o Alzheimer
No nosso país, pelo menos 1,76 milhão de pessoas com mais de 60 anos têm algum tipo de demência. Desses, entre 50 e 60% tem Alzheimer. Contudo, cerca de 70% que tem demência não foi diagnosticado, o que faz com que as pessoas não tenham acesso aos tratamentos adequados.
Para diagnosticar a doença, a neurologia é a especialidade médica mais indicada para o começo da investigação. Através de uma conversa longa, o profissional irá buscar identificar sinais, comportamentos e sintomas que indiquem demência.
Além disso, testes objetivos também são usados para avaliar a cognição, como a memória, capacidade de planejamento e de resolver problemas. Também são feitos exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, e de sangue.
Depois que todas as causas foram excluídas, um teste neuropsicológico pode validar e entender qual é o grau de comprometimento que a pessoa tem. “No exame de imagem, às vezes o Alzheimer tem padrão específico de atrofia, com área da memória mais reduzida, mas isso por si não basta. O mais importante é ter sintomas e outros fatores corroborando”, disse Louis Fernando.
Tratamento
Com a doença diagnosticada em tempo, a pessoa pode ter sua qualidade de vida prolongada e sua família e cuidadores podem ter mais tempo de amparo. “Quando tem diagnóstico de doença grave, precisa pensar em fazer o que quer, aproveitar os momentos, pensar em como quer deixar seus pertences e relações com filhos, pais, trabalho. E, muito importante, em como você quer ser cuidado”, disse Rodrigo Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
Na visão dele, essa atitude junto com o tratamento não medicamentoso é mais eficaz do que os medicamentos. Esse tipo de tratamento incluiu acompanhamento nutricional, prática de exercícios físicos, terapias cognitivas e fonoaudiólogo.
“Todas essas medidas aumentam as conexões cerebrais, as sinapses, como se o cérebro fizesse exercícios e funcionasse de forma mais adequada”, explicou Aurélio Pimenta Dutra, neurologista do Fleury Medicina e Saúde.
Contudo, mesmo que os remédios que retardam a velocidade da progressão dos sintomas estejam disponíveis no SUS, as outras formas de terapia são mais difíceis de serem acessadas, seja por serem caras ou por não serem oferecidas no serviço público.
Por isso que o ponto principal é que o diagnóstico precoce só faz sentido se houver o acesso aos tratamentos.
Fonte: Fatos Desconhecidos
Porto Velho, RO - As doenças que afetam o cérebro são vistas como algumas das mais preocupantes que as pessoas podem ter. Dentre esses problemas, está o mal de Alzheimer, uma enfermidade incurável, que vai ficando mais grave com o tempo.
Quem é acometido por este mal sofre com demência ou perda de algumas funções cognitivas, como memória, orientação, atenção e linguagem. Isso porque as células do cérebro começam a morrer.
Justamente pelo o que a doença faz, é normal ouvir de famílias que no momento do diagnóstico ficam perdidas. Até porque, existe um estigma de que as pessoas com Alzheimer são sentenciadas a ficarem isoladas até que a morte chegue. Contudo, a realidade não precisa e não deveria ser essa.
“Dar o diagnóstico é uma tarefa médica, e o modo marca todo o tipo de impacto que tanto o paciente como a família vão ter dali por diante”, disse Jerson Laks, doutor em psiquiatria e saúde mental.
Por isso que os medos, as angústias e as dúvidas dos familiares podem ser minimizados com a forma pela qual o diagnóstico é dado. “Um modo acolhedor, mas verdadeiro, é mostrar tudo o que vem acontecendo com a pessoa, que isso tem um nome e serve para fazer estratégias de tratamento”, pontuou Laks.
Assim, ao invés de ser destrutivo, o diagnóstico do Alzheimer pode abrir uma possibilidade de pensar no futuro. Além disso, quanto antes a condição for identificada, maior será o tempo de autonomia que a pessoa irá ter para fazer suas vontades com relação ao tratamento, vivências, bens materiais, entre outras coisas.
Uma coisa extremamente importante, independentemente da gravidade da doença, é que é possível sim seguir vivendo e não somente existindo. Isso desde que haja informação e acesso aos tratamentos.
Precoce quanto?
De acordo com Louis Fernando, neurologista do Hospital São Domingos (MA), o Alzheimer começa aproximadamente 10 anos antes de os sintomas aparecerem. Além disso, quem tem histórico familiar da doença tem um risco maior de desenvolver o quadro. Contudo, o risco não é uma garantia.
Tanto é que, mesmo que a pessoa tenha os genes isso não é uma certeza de que o Alzheimer irá aparecer. E além da avaliação genética, o diagnóstico pode ser obtido com exames de sangue. No entanto, os especialistas pontuam que eles servem como uma ferramenta para ajudar as pessoas com suspeita e que já estão investigando esse quadro.
O ponto principal quando o assunto é diagnóstico precoce é descobrir a doença em seus estágios iniciais.
Diagnosticar o Alzheimer
No nosso país, pelo menos 1,76 milhão de pessoas com mais de 60 anos têm algum tipo de demência. Desses, entre 50 e 60% tem Alzheimer. Contudo, cerca de 70% que tem demência não foi diagnosticado, o que faz com que as pessoas não tenham acesso aos tratamentos adequados.
Para diagnosticar a doença, a neurologia é a especialidade médica mais indicada para o começo da investigação. Através de uma conversa longa, o profissional irá buscar identificar sinais, comportamentos e sintomas que indiquem demência.
Além disso, testes objetivos também são usados para avaliar a cognição, como a memória, capacidade de planejamento e de resolver problemas. Também são feitos exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, e de sangue.
Depois que todas as causas foram excluídas, um teste neuropsicológico pode validar e entender qual é o grau de comprometimento que a pessoa tem. “No exame de imagem, às vezes o Alzheimer tem padrão específico de atrofia, com área da memória mais reduzida, mas isso por si não basta. O mais importante é ter sintomas e outros fatores corroborando”, disse Louis Fernando.
Tratamento
Com a doença diagnosticada em tempo, a pessoa pode ter sua qualidade de vida prolongada e sua família e cuidadores podem ter mais tempo de amparo. “Quando tem diagnóstico de doença grave, precisa pensar em fazer o que quer, aproveitar os momentos, pensar em como quer deixar seus pertences e relações com filhos, pais, trabalho. E, muito importante, em como você quer ser cuidado”, disse Rodrigo Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).
Na visão dele, essa atitude junto com o tratamento não medicamentoso é mais eficaz do que os medicamentos. Esse tipo de tratamento incluiu acompanhamento nutricional, prática de exercícios físicos, terapias cognitivas e fonoaudiólogo.
“Todas essas medidas aumentam as conexões cerebrais, as sinapses, como se o cérebro fizesse exercícios e funcionasse de forma mais adequada”, explicou Aurélio Pimenta Dutra, neurologista do Fleury Medicina e Saúde.
Contudo, mesmo que os remédios que retardam a velocidade da progressão dos sintomas estejam disponíveis no SUS, as outras formas de terapia são mais difíceis de serem acessadas, seja por serem caras ou por não serem oferecidas no serviço público.
Por isso que o ponto principal é que o diagnóstico precoce só faz sentido se houver o acesso aos tratamentos.
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