Concessionárias apostam no fim de semana, que pode ser o último do programa de descontos

Concessionárias apostam no fim de semana, que pode ser o último do programa de descontos

Recursos utilizados para baratear carros de até R$ 120 mil já somam R$ 420 milhões, quase 90% do total oferecido pelo governo

Porto Velho, RO - As concessionárias apostam nas vendas neste fim de semana, que pode ser o último do programa de descontos do governo federal. Para o setor, o volume de crédito tributário autorizado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) para as montadoras pode acabar em menos de um mês.

Lançado no dia 5 deste mês, o programa já disponibilizou quase 90% do total de recursos. Segundo painel do MDCI, até esta sexta-feira (23), já foram liberados R$ 420 milhões para as montadoras, o que representa quase 90% do total previsto, de R$ 500 milhões.

Os créditos solicitados são convertidos em descontos para o consumidor na compra de carros com valor de mercado de até R$ 120 mil. Os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, mas muitas empresas têm aplicado margens maiores por conta própria.

Para Marcos Leite, diretor de vendas da rede de concessionárias Amazon Fuji, da Volkswagen, que tem cinco lojas na cidade de São Paulo, a expectativa para este fim de semana é grande.

"As concessionárias anteciparam as compras e ainda têm estoque por alguns dias. No entanto, o mercado aqueceu e a demanda está grande, o que pode acelerar o fim dos veículos contemplados com os descontos do governo. Mas isso também depende do tipo de veículo", explica Leite.

A Volkswagen tem cinco carros na promoção, mas entre os mais vendidos nos últimos 15 dias estão T-Cross Sense, Nivus Comfortline e Polo Highline.

A concessionária Hyundai Grand Brasil, que registrou um crescimento de 40% nas vendas nos últimos dias, também aposta na alta do movimento. "Esperamos um aumento no fluxo de clientes para este fim de semana", afirma o gerente Jonas Lopes.

A marca está com toda a linha HB20 e HB20S no programa. Além do desconto do governo, a montadora e a concessionária oferecem bônus aos clientes.

Ney Faustini, diretor da Concessionária Chevrolet Absoluta, com duas unidades em São Paulo, uma em Caieiras e três na Baixada Santista, acredita que os carros com descontos devem acabar entre terça (27) e quarta-feira (28). “O movimento melhorou muito nos últimos dias. E deve ser assim até enquanto durar a disponibilidade de carros com os descontos", afirma.

Os carros da Chevrolet que fazem parte da promoção de até R$ 120 mil são todos da linha Onix, o Onix Plus, o Montana LS, e o Spin LS e LT. O mais barato é o Onix de entrada, que custava R$ 85.790 e agora passou para R$ 75.790.

Ranking

Entre as montadoras, a Fiat lidera o volume de créditos solicitados, com R$ 190 milhões; é seguida por Volkswagen, com R$ 60 milhões, Peugeot (R$ 50 milhões), Renault (R$ 50 milhões) e Hyundai (R$ 40 milhões). Ford, General Motors, Mercedes-Benz, Nissan e On-Highway pediram R$ 20 milhões cada uma.

De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o movimento nas revendedoras chegou a triplicar na primeira semana do programa. No entanto, a federação só deverá divulgar o impacto nas vendas no início de julho.

No mês passado, o segmento registrou o pior maio desde 2016, com 166.361 carros novos vendidos. A queda foi de 5% em relação ao mesmo mês de 2022.

A entidade estima que os créditos tributários autorizados pelo governo não devem durar muito mais do que 30 dias.

A assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços afirma que não há previsão para prorrogar os valores, a fim de manter a venda com descontos por mais tempo. "Até o momento não há nenhuma sinalização de prorrogação", informou a pasta em nota.

Uma portaria publicada nesta terça (20), em edição extra do Diário Oficial da União, prorrogou por mais 15 dias, até 5 de julho, a exclusividade das vendas de carros para pessoa física. Para ônibus e caminhões, a exclusividade terminou ontem.

O programa determina desconto direto ao consumidor, com recursos de R$ 500 milhões para carros, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus. Os montantes devem ser convertidos em descontos para o consumidor na hora da venda do veículo.

Entenda o programa

Para os carros, os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2.000 a R$ 8.000 e são válidos para veículos novos com preço de mercado de até R$ 120 mil. As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo.

No caso de caminhões e ônibus, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.

As montadoras ampliaram a oferta de carros mais baratos no programa de descontos do governo federal, lançado pelo MDIC em 5 de junho. O número de modelos que podem ter descontos de R$ 2.000 a R$ 8.000 subiu para 266. Inicialmente, eram 232. Essas versões correspondem a 32 carros de nove montadoras.

Entre os critérios para definir os descontos dos automóveis estão:

• maior eficiência energética;
• maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno); e
• menor preço.

Quanto maior a soma desses fatores, maior o desconto no preço do carro.

Para caminhões e ônibus novos, o escalonamento seguiu apenas o critério do preço, em proporção inversa ao do usado para os carros, ou seja, os descontos aumentam conforme os veículos vão ficando mais caros. Podem ser adquiridos modelos leves, semileves, médios, semipesados e pesados, além de ônibus urbanos e rodoviários.

Para participar do programa, a pessoa ou a empresa interessada tem de entregar à concessionária um caminhão ou um ônibus com mais de 20 anos de uso. Os veículos velhos devem ser encaminhados a recicladoras cadastradas nos Detrans.

Fonte: R7

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